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Capitulo 4 Expectativas
Capitulo 4 Expectativas

"Expectations

Go to hell

Expectations

Go to hell"

"Expectativas

Vão para o inferno

Expectativas

Vão para o inferno"

- Three Days Grace

Expectations

[...]

Laboratórios Alfa

   Um homem vestido com um jaleco branco caminhava pelos corredores do laboratório. Parecia furioso com algo. Ao vê-lo, as pessoas voltavam imediatamente para suas obrigações, fechando rapidamente as portas de suas salas.

   Chegou ao refeitório. Várias pessoas estavam lá, algumas sentadas, outras de pé. Todas assistiam ao noticiário sobre o que havia ocorrido aquela manhã.

- Vocês não trabalham aqui? – perguntou o homem, que aparentava ter uns cinquenta anos de idade, alto, e com uma careca reconhecível.

- Estamos em horário de intervalo, senhor Well.

- Voltem agora! – bradou o homem, apontando a saída. – O intervalo acabou!

   As pessoas saíram da sala como em uma manada. O homem viu que apenas um jovem, que comia uma barra de chocolate, havia permanecido na sala.

- E você, geniozinho? – Wellington Waren, chefe dos laboratórios Alfa, aproximou-se do jovem, cujo cabelo tinha mechas loiras e não havia tirados os olhos da TV ainda. – Você ainda trabalha pra mim, sabia?

   Drake Oldsen olhou para o homem sem dar muita importância.

- E a propósito... – continuou. – Onde você estava essa manhã?

   Drake mostrou o chocolate em suas mãos.

- Chocolate é vida, cara.

   Sr. Waren franziu o rosto, pôs a mão na face, suspirou e disse um pouco mais calmo:

- Oldsen, seus pais compraram apenas quarenta e cinco por cento disso aqui. Eu ainda sou o dono. Portanto, exijo que seja mais responsável.

   Drake se levantou.

- Você já terminou as análises que eu lhe pedi?

- Elas estavam na sua mesa ontem à tarde. - o rapaz de olhos verdes deu uns tapinhas no ombro do senhor. – Vou resolver umas coisas, volto mais tardes para a gente brincar com aqueles aparelhos novos.

   Drake saiu da sala. Andou apressado por alguns metros e acelerou um pouco até que estivesse correndo entre os corredores. Aos poucos, as salas davam lugar a árvores e, no fim, ele viu-se na praça do campus fidei, o lugar do eterno pôr-do-sol.

   Ele ofegou por alguns instantes, deu um grito eufórico e distribuiu socos em algumas árvores próximas.

   O rapaz estava animado e ao mesmo tempo furioso. O dia que ele mais esperara na vida havia chegado. Porém, alguns fatos tinham lhe frustrado aquele dia. Como, por exemplo, o fato de que o que deveria ser o responsável para guiar ele e seus companheiros, era o mais desnorteado de todos.

- O que você tá fazendo? – o garoto chamado Lukas saiu do meio de algumas árvores. – Tá doidão, cara?

- Me deixa! – Drake fuzilou o menino com os olhos. – Finalmente começou! O dia em que mais a gente esperou, chegou! – disse Drake, imitando passos de um boxeador. – Vamos cumprir a missão que os Changeman nos deixaram e destroçar o Nexus!

- Tá todo mundo falando sobre o que aconteceu lá. – Lukas tirou o celular touchscreen do bolso e mexeu nele por alguns instantes.  – Tá em todas as redes sociais, não te preocupa um pouco?

- Eu sei! – Drake voltou a ofegar. – E ainda mais que o nosso líder foi criado como um qualquer pelos pais.

   Lukas riu.

- O Yuri disse que a gente não pode contar nada disso pra ele. – disse, mexendo um pouco no cabelo.

- É um merda mesmo.

- Quem é um merda? – Yuri, o rapaz de quem falavam, estava de pé, atrás de Drake. – O nosso líder ou eu?

   Drake pôs-se de frente a Yuri e tentou erguê-lo pela camisa, encarando-o sério. Mesmo com seus tênues dezoito anos, o porte físico de Yuri era bem maior que o de Drake, o que fazia a tentativa de levantá-lo impossível. Ele era o que mais estava fisicamente preparado ali.

- Olha a treta, manos.  – Lukas, o mais franzino do grupo e que ainda tinha um corpo de adolescente, pôs as mãos entre os dois, afastando-os em direções opostas.

- Nem todo mundo foi criado em berço de ouro como você! – Yuri alterou-se. – Não temos o direito de julgar os pais dele, eles só queriam o melhor para o filho.

- Um filho meu nunca seria criado de uma maneira tão covarde. – a expressão de ódio na cara de Drake era extremamente perceptível. – Pega teu machado, grandão, vamos conversar!

- Conversar?  Vocês estão quase brigando! – uma voz feminina chamou a atenção de todos. Emily Carter, a única menina do grupo estava ali, parada, com o um olhar muito mais intimidador dali.

- Ufa! – suspirou Lukas. – Finalmente alguém com juízo...

   O rapaz foi andando em sua direção.

- E você nem pense em se escorar em mim. – disse ela, empurrando Lukas para trás. – Tomem vergonha na cara e comecem a agir como um time!

   A moça cruzou os braços. Depois de um instante de silêncio, ela parece escutar um “o patrãozinho brigou com você” vindo de Drake e, dessa vez, quem avançara em cima do rapaz era ela. Emily olhou bem no fundo dos olhos verdes de Drake.

- Gente como você não merece o poder que tem.

   O rapaz deu-lhe um sorriso sínico. Ela o olhou no fundo dos olhos verdes e, em seguida, para os seus lábios. Soltou o rapaz e se afastou, dando-lhe as costas.

- Eu não vou ficar aqui esperando aquele covarde. Vou me fortalecer e derrotar o Nexus sem ele, com as minhas próprias mãos.

   Drake se retirou. Lukas que observava tudo muito atônito, deu um suspiro de alívio.

- O que você acha, mano? – perguntou ele a Yuri.

- Já nem sei mais o que achar. – Yuri respondeu, tirando os óculos do bolso e os limpando.

[...]

    A noite já havia chegado em Manhattan. Rômulo Andrade tinha acabado de tomar um banho e preparava-se para ir a algum lugar como faziam os jovens normais, mesmo tendo em mente que ele não se encaixava naquele grupo.

   Vestiu uma camisa branca e uma calça jeans. Penteou os cabelos e olhou para si mesmo no espelho. Refletiu um instante e saiu do quarto. Desceu as escadas e encontrou a tia na sala.

- Onde pensa que vai? – ela perguntou.

- Vou sair. Vou a qualquer lugar. Hoje é sábado à noite e ninguém fica em casa aos sábados à noite. – respondeu ele com um sorriso.

- Eu fico em casa...

- eu quis dizer os jovens – brincou.

   Betty deu-lhe uma palmada.

- me respeite garoto!

- Eu volto logo!

   Assim que Rômulo saiu, Betty sentou-se na poltrona. “ele pode morrer a qualquer momento” pensou. Seu sobrinho agora estava enfrentando algo com o qual um jovem daquela idade não podia lidar e ela não podia fazer nada para mudar isso.

 

   Rômulo passou pelas ruas do bairro. Não queria, porém, voltar ao central park e nem reviver a experiência que havia tido aquela manhã. Só de pensar, suas mãos suavam.

- Os americanos não tinham esse costume de ficar seguindo a gente de skate quando eu morava aqui. – Rômulo olhou para o rapaz que lhe seguia já fazia alguns instantes.

- Você luta bem mano. Nem acredito que não foi treinado. – Disse Lukas que andava a alguns metros dele.

- Não quer me levar de volta pra aquela loucura quer? – Rômulo olhou serio para o garoto.

   Lukas estendeu sua mão para ele.

- Depende – respondeu – se você achar loucura demais  comer pizza...

   Rômulo sorriu. Era algo que não fazia ultimamente. Lukas tinha esse dom.

- Certo então.

   Os dois andaram algumas quadras até chegar a uma lanchonete bem frequentada do bairro a “Ernie’s Launch”. Quando entraram, perceberam a presença de rostos familiares que ao os avistarem fizeram sinal com a mão para chamá-los.

- Perdeu cara. – Yuri deu um leve soco no braço de Drake que estava sentado ao seu lado com uma cara de frustração bem perceptível.  – O Lukas não dorme no ponto. Senta ai Rômulo. Ninguém resiste a uma pizza do Ernie.

- Na moral, como você sabe meu nome? – Disse Rômulo sentando-se do lado de Emily que por sua vez estava sentada de frente a Yuri e Drake, totalmente alheia a situação. – na verdade, vocês tem que me explicar muita coisa sobre hoje de manhã. Como por exemplo, isso aqui.

   O ruivo colocou sobre a mesa em que eles estavam, a moeda e o dispositivo. Os quatro se alertaram.

- Ta maluco? Esconde isso. – Disse Drake.

Explicações! Agora! – Disse Rômulo.

   O rapaz ruivo estava decidido a ter as suas respostas e ele as queria naquele momento.

   As pessoas do local estavam um pouco incomodadas com a situação e olhavam discretamente para a mesa em que os cinco adolescentes estavam sentados. Yuri disfarçou e fez com que os outros quatro fossem mais discretos.

- A verdade? – Disse Yuri olhando serio para Rômulo – É isso que você quer? Pois muito bem, eu vou te contar a verdade.

   Drake, Lukas e Emily se entreolharam. Será que Yuri ia romper com o plano criado por ele mesmo de não contar tudo para o rapaz? Rômulo engoliu seco e esperou a resposta.