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Capitulo 2 Um dia diferente na vida
Capitulo 2 Um dia diferente na vida

"God bless us everyone

We're a broken people living under loaded gun

And it can't be outfought

It can't be outdone

It can't be outmatched

It can't be outrun

No"

"

Deus abençoe a todos nós

Somos um povo corrompido vivendo sob arma carregada

E não podemos ser combatidos

Não podemos ser superados

Não podemos ser dominados

Não podemos ser vencidos

Não"

– Linkin Park

The Catalyst

 

 

 

Eram duas pessoas que mediam por volta de um metro e setenta e estavam parados a sua frente. Eles vestiam uma espécie de colã, um de amarelo e o outro de azul, ambos de luvas e botas brancas e no peito havia losangos brancos que se estendiam até as costas. O que estava vestido de azul usava um capacete da mesma cor com a figura da cabeça de um tricerátops e o outro o capacete remetia a cabeça de um tigre de grandes presas.

 As roupas pareciam não ter nenhum tipo de costura e tinham na fivela do cinto uma espécie de dispositivo. Ambos estavam parados na frente de Rômulo, o observando. O que estava vestido de amarelo deu a mão para que ele se levantasse.

 – Aqui está. – disse o de a azul entregando para Rômulo um dispositivo igual ao que os dois tinham na fivela. O garoto pegou o aparelho ainda com a mão tremendo e ficou olhando por alguns instantes.

 Obviamente, ele não estava entendendo nada do que estava acontecendo ali. Os dois sujeitos voltaram-se para as criaturas que vinham na direção deles.

 – Parece que você está meio perdido. – disse o azul. – É só colocar a sua moeda e transformar. – voltou a fitar os homens de pedra.

 Rômulo continuava sem entender nada e só conseguiu balbuciar alguma coisa.

 – Onde está sua moeda? – continuou o sujeito.

 – Eu… To sem dinheiro aqui, cara… – foi o que o ruivo conseguira raciocinar aquela altura.

 – Rômulo Andrade Wacker? – disse. – É você, não é?

 – Sou… – respondeu com a voz trêmula.

 – Parece que seu pai conseguiu o que ele planejava.

 Os dois sujeitos de roupas azul e amarela correram na direção dos monstros e desferiram-lhes golpes derrubando e os destruindo.

– Onde estão aqueles dois agora? – disse o vestido de amarelo, enquanto cortava as criaturas com as duas adagas de cerca de trinta centímetros que possuía. – A missão deles era encontrar o cara. Bom, o cara está aqui, e eles?

                                                     […]

 Enquanto isso, em certa residência de número 3.638, Betty Wacker recolhia os cacos de sua xícara branca de flores vermelhas que havia derrubado no chão, enquanto conversava com um casal de jovens que estava parado de pé à sua frente na sala de estar que dava para a rua. O casal era o mesmo que Rômulo encontrara mais cedo aquela manhã.

 – Não pode interferir no destino dele, senhora Wacker. – disse a moça de cabelos castanhos, rosto sério, olhos negros, e vestida com um vestido vermelho até as cochas. – Nós desistimos de tudo por causa disso.

 – Não. Vocês não desistiram de tudo. Vocês perderam tudo. – disse Betty. – Não era uma escolha. O pai dele conseguiu livrá-lo disso. Ele ainda tem a mim. Ainda pode escolher.

 – O pai dele não tinha esse direito. Não podiam ter fugido para o Brasil, esconder do garoto o destino dele. É covardia. Deixe que ele conheça a verdade e escolha o que fazer.  – falou o rapaz de sweeter preto, cabelo arrumado e semblante calmo que estava encostado na parede. – não seja como ele senhora Wacker. Deixe o Rômulo escolher. – ele estendeu a mão na direção da senhora.

 Betty apertou o colar que tinha no pescoço com a mão. Deu um suspiro, fechou os olhos e o retirou. Ela abriu o colar e nele se revelou em um lado, a foto de um casal com uma criança e no outro, uma moeda com um símbolo de um dinossauro. Ela tirou a moeda e entregou ao rapaz.

 – Por favor – pediu ela – não conte a ele.

 – Eu prometo. – respondeu o rapaz.

 – Se os outros não falarem, nós não contamos. – disse a menina enquanto olhava para a rua, encostada na janela. A mesma em que Betty Wacker olhava as noites chuvosas.

 O rapaz colocou a moeda no bolso e saiu apressado junto com a moça. Betty sentou-se na poltrona cinzenta da sala, olhou a TV desligada e depois a janela. Colocou as mãos na cabeça e falou baixinho.:

– Começou.

                              [...]

 A quantidade de monstros crescia ao redor de Rômulo e da menina. Apesar de que constantemente fossem destruídos pelos dois sujeitos misteriosos, o número deles só aumentava. O ruivo desviava dos seres enquanto levava a garota e mancava tentando sair dali. A garotinha desesperada gritava cada vez que uma das criaturas vinha em sua direção seus olhos estavam vermelhos assim como seu rosto de tanto chorar

    Aos poucos, Rômulo ia conseguindo se desvencilhar das criaturas e ia chegando mais perto de sair dali. Os monstros já haviam grande parte deles sucumbido aos “ajudantes misteriosos”. Porem, quando o garoto já estava quase chegando a uma rua que dava para a saída, ele sentiu o braço ser puxado e a menina ser tirada dele.

 – Onde pensa que vai? Deixa que a Emily cuide da garota. Precisamos terminar aqui. – Disse um rapaz de semblante sério. O mesmo que ele havia encontrado mais cedo aquele dia e o mesmo que estivera na casa de sua tia sem que ele soubesse. Ele estava acompanhado da garota que também vira mais cedo. Ela tomou a garotinha para si e a levou em direção à saída.

 – O que você pensa que está fazendo? – perguntou Rômulo indignado com o rapaz que segurara seu braço. – me solta cara. – disse se puxando o braço.

 – Aqui esta sua moeda. – Disse o rapaz. – acredito que o Drake já te entregou a fivela. – Rômulo recebeu a moeda dourada e a observou como fizera instantes atrás com a fivela. – coloque a moeda no centro da fivela e conecte com seu cinto. Eu sei que nada agora faz sentido mais vamos explicar tudo depois.

 O ruivo obedeceu. Colocou a moeda dourada na fivela que possuía uma abertura redonda no meio e acima e abaixo dela as palavras “in iuvenibus” e em seguida pôs no seu cinto. Feito isso, ele sentiu como se seu corpo tivesse expandido. Era como se ele estivesse cheio de ar. Sentiu também um alívio em seus machucados e em seguida um clarão que o deixou cego por alguns instantes.

 Quando a vista voltou, Rômulo olhou para todos os lados. Viu os dois sujeitos de azul e amarelo que lutavam bravamente contra os homens de pedra e o rapaz de preto ao seu lado. Então, olhou para si e viu que a única mudança que havia ocorrido ali estava nele mesmo.

 Suas roupas haviam mudado e dado lugar a vestes similares as que os sujeitos que estavam lutando, exceto pelo fato de que as suas eram de cor predominantemente vermelha.

 – O que… – Disse olhando para as mãos e para o corpo em seguida. -… Aconteceu comigo?

 – tudo vai ser explicado em breve – falou o moço de sweeter preto com os braços cruzados olhando para frente onde podia ver a luta dos dois rapazes. – agora, eles precisam de você. Ajude-os.

 Rômulo suspirou. Tentou entender tudo aquilo, mas foi tudo muito rápido. Sem que percebesse, já estava correndo na direção dos monstros, derrubando-os, quebrando a cabeça e os membros de vários sem sentir dor alguma. Ele sentia como se algo de muito feroz dentro dele o tivesse fazendo mover-se. Era tão efetivo que tanto os monstros quantos os seus semelhantes paravam e olhavam abismados para ele.

 Alguns instantes depois, Rômulo parou, acalmou sua euforia e olhou ao redor. O central park estava destruído parcialmente. Haviam árvores derrubadas, pedras restantes das criaturas jogadas por toda parte e muitos veículos que ficaram ali estavam danificados. Ao longe dali podia se ouvir gritos de muitas pessoas e aos poucos, sirenes da polícia podiam ser ouvidas também.

 Os dois sujeitos, o de amarelo e o de azul aproximaram-se de Rômulo acompanhados também do jovem de roupa preta que lhe entregara a moeda.

 – Vamos sair daqui antes que vejam a gente. – disse o de roupa azul. – para o campus fidei agora!

 O que estava vestido de amarelo tocou o ombro de Rômulo e sem que este percebesse, não estava mais no central park e nem mesmo em Nova York.

     Olhou ao redor, atitude que mais havia tomado aquele dia. O primeiro fato que notou foi o sol. Era de se estranhar, pois em alguns instantes atrás o sol matutino ofuscava no céu e agora já brilhava no horizonte como se estivesse já se pondo. Viu árvores por todos os lados menos no lugar onde estavam que parecia uma pequena praça de uns trinta metros quadrados com o chão trabalhado em pedras que pareciam contar alguma história pelos desenhos que nele havia.

 Caiu sentado no chão, e depois de um clarão viu suas roupas normais de volta a seu corpo. Ele levou a Mão até a sua perna e voltou a sentir a dor. Não era como se ele estivesse sido curado na transformação que ocorrera, era mais coso se houvesse recebido uma anestesia. Fez caretas de dor e olhou para cima onde viu quatro pessoas de pé olhando atentamente para ele.

 O mesmo rapaz de cabelos bem penteados estendeu a mão para que Rômulo se levantasse. Dois clarões foram vistos e o rapaz de cabelos ruivos viu os dois sujeitos de roupas estranhas darem lugar a dois jovens que aparentavam ter a sua idade.

 – Drake Oldsen. Disse um dos rapazes de boa aparência cabelos negros com mechas loiras que revelara o uso de aparelho ortodôntico ao sorrir. Rômulo apertou a mão do rapaz.

 – Me chame de Lukas. Ou se preferir, Luke. – Disse um garoto loiro e de cabelos bagunçados, franzino e que aparentava ser o mais novo ali.

 – Mas que diabos esta acontecendo aqui? – Disse Rômulo bastante desconfortável.

 – já disse cara, aos poucos a gente vai explicar tudo direitinho. – falou o rapaz de preto. – Eu me chamo Yuri e essa é a Emily. – apontou para a garota ao seu lado a mesma que instantes atrás levara a garotinha para um lugar seguro. Ela por sua vez deu apenas um sinal de aprovação com a cabeça.

 – Eu acho que já ta passando demais da hora de alguém me explicar alguma coisa. – disse Rômulo alterado. – o que eram aquelas coisas? O que eu fiz ali? Quem são vocês? O que fizeram com o sol e que raios de lugar é esse?

 – Acho que primeiro tem que saber quem você é – falou o rapaz chamado Drake dando lhe um sorriso sínico. Yuri segurou-lhe pelo braço.

 – Espere. Vamos aos poucos. – lançou para Drake um olhar de reprovação. – Primeiro de tudo, nós aqui contando com você, somos uma geração que foi preparada para deter aquelas coisas que são os golens.

 Rômulo fez uma cara de quem não estava entendendo, Yuri continuou.

 – Eles são apenas um por cento do poder que tem o grande exercito de Nexus o senhor das trevas que está despertando aos poucos para destruir o mundo humano.

 A cara de Rômulo mudou de “quem não estava entendo” para “quem não estava acreditando”.

 – Explicou muito bem – disse Lukas com um tom irônico.

 – Na moral, eu quero sair desse… Desse… Afinal, onde diabos nós estamos? – questionou Rômulo andando de um lado para o outro.

 – Essa é a praça “Campus Fidei” também conhecida por praça do pôr do sol eterno. – disse Emily com um olhar distante. – não estamos no mundo físico. Esse é o mundo espiritual.

 – E Manhattan? Fica em que direção? Cruzando a avenida dos malucos? – Indagou o ruivo alterado. – Como eu saio daqui?

- Putz! – Drake, o rapaz de mechas loiras pôs a mão no rosto. – Nem disso o cara sabe. É só querer.

 – será que não ficou claro? A coisa que eu mais quero é

 Antes que pudesse terminar a frase, Rômulo viu-se no meio da multidão que observava o central park cercado por faixas da polícia. Havia curiosos em todas as direções. Fotógrafos e repórteres tentavam descobrir o que tinha ocorrido ali enquanto a polícia tentava esclarecer o misterioso caso da aparição de seres monstruosos relatados por muitas pessoas.

 Rômulo sentiu vertigem. Pôs o capuz vermelho e desapareceu no meio da multidão. Instantes depois, ele cruzava ruas vazias correndo rumo a casa de sua tia que agora era sua casa também. Ao chegar lá, Rômulo estava todo suado, vermelho e ofegante. Tocou a campainha e instantes depois a tia abriu a porta.

 – meu deus. – Disse ela abraçando o garoto. - você se machucou?

 Ele entrou, tirou o capuz e sentou-se na poltrona da sala. Levantou um pouco a calça e mostrou a perna machucada.

 – O que foi isso Rômulo?

-Nada tia – disse ele – eu só tropecei.

 Ela o olhou nos olhos, suspirou e disse:

 – tome mais cuidado. Vou fazer algo pra você comer, enquanto isso vá tomar banho.

 Betty se retirou. Rômulo esperou um pouco e subiu as escadas rumo ao banheiro que ficava ao lado do seu quarto